sexta-feira, 10 de abril de 2009

Novo kernel 2.6.29



Bem pessoal, temos novo kernel na área, e diga-se de passagem, "que kernel"... muitas novidades como a muito não se fazia em uma versão de kernel, vamos tentar colocar pra vocês algumas dessas novidades segundo materia da revista Linux Magazine.
O kernel 2.6.29 finalmente trouxe o suporte ao sistema de arquivos de próxima geração Btrfs (pronuncia-se “better FS” ou “butter FS”, à sua escolha). Seus recursos são baseados no poderoso ZFS da Sun e ele está sendo desenvolvido por uma grande equipe de programadores muito capazes.
O recente Ext4, introduzido como sistema de arquivos estável na última versão do kernel, recebeu melhorias e correções que o tornam mais adequado para uso em discos Flash. Uma das mais interessantes é a possibilidade de não utilizar o journal, introduzida por Ted Ts'o após o desenvolvedor descobrir que muitas pessoas utilizavam o venerável Ext2 – com todas as suas importantes limitações – nessas mídias apenas por não quererem sobrecarregar seus discos Flash com as constantes atualizações do journal.
Além disso, o sistema de arquivos distribuído OCFS2 finalmente passa a contar com suporte a ACLs, atributos de segurança, cotas e verificação (checksum) de metadados.
Os trabalhos da transferência do mode-setting de vídeo para dentro do kernel (e para fora do driver do X.org) começaram há 21 meses, acompanhados pelo desenvolvimento da infraestrutura de gerenciamento de memória gráfica GEM, e agora esse recurso já pode ser usado com chips gráficos Intel. O KMS (kernel-based mode setting), além de trazer melhor desempenho e simplificar o uso de chips gráficos, também resolve vários problemas da suspensão do sistema para a memória.
As redes sem fio jamais serão as mesmas quando o WiMAX começar a ser comercializado. Com até 75 Mbps e alcance medido em quilômetros, o padrão encabeçado pela Intel e baseado no IEEE 802.16 finalmente chegou ao Linux, primeiramente apenas com drivers para os dispositivos Intel Link 5x50, que funcionam por meio dos barramentos SDIO ou USB.
Nas redes sem fio tradicionais (IEEE 802.11), o sistema do demônio da Tasmânia disfarçado de pinguim (temporariamente, lembre-se) agora ganha também a capacidade de trabalhar como ponto de acesso mediante a instalação do hostapd.
Arjan van de Ven continua dedicado a acelerar o processo de inicialização do kernel. Após os avanços perceptíveis implementados na versão 2.6.28, a 2.6.29 torna o cenário ainda melhor, pois começa a paralelizar a inicialização de subsistemas que não sejam interdependentes.
Infelizmente, alguns problemas desse paralelismo adiaram sua estreia para a versão 2.6.30, embora toda a infraestrutura já esteja presente e possa ser ativada na configuração e em tempo de incialização.
Se você estava feliz com seu computador de 4, 8 ou 16 núcleos – ou talvez 128, se você for uma pessoa influente –, saiba que o Linux agora suporta até 4.096 processadores. Para lidar com tantos processadores, são necessárias algumas alterações à forma como o sistema se refere a cada um deles, assim como o meio para se comunicar com eles. Então, junto com o novo limite superior, o kernel 2.6.29 traz o Tree RCU, um mecanismo hierárquico para acesso aos processadores que elimina graves problemas de desempenho enfrentados por sistemas com centenas de CPUs.
Outras novidades trazidas pelo Linux 2.6.29 incluem a criptografia de nomes de arquivos sob o eCryptfs, a capacidade de paralisar a atividade de determinados sistemas de arquivos para fins de becape ou snapshots, alterações na forma como o kernel lida com credenciais (usuário, grupo etc.) de processos, implementação do Xenfs para permitir a interação do Xen com o restante do sistema.
Uma decisão particularmente polêmica dos desenvolvedores do kernel deu cabo da compatibilidade do Linux 2.6.29 com as versões 3.0, 3.1, 4.1.0 e 4.1.1 do compilador GCC – o único capaz de compilar o kernel na atualidade.
Para a versão 2.6.30, já podemos esperar algumas novidades. O sistema de arquivos Ext4 certamente contará com alguns patches para resolver um problema de perda acidental de dados após quedas do sistema, em decorrência do recurso de adiamento da alocação de blocos. Outra novidade deve vir do novo (sim, mais um) alocador de páginas de memória, o SLQB, para substituir o antigo SLAB e o mais recente SLUB.